quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

ODE AO PÃO de Pablo Neruda



Pão,

com farinha

água

e fogo

te levantas.

Espesso e leve,

reclinado e redondo,

repetes

o ventre

da mãe,

equinocial

germinação

terrestre.

Pão,

que fácil

e que profundo tu és:

no tabuleiro branco

da padaria

estendem-se as tuas filas

como utensílios, pratos

ou papéis,

e de súbito a onda

da vida,

a conjunção do germe

e do fogo,

cresces, cresces

de súbito

como

cintura, boca, seios,

colinas da terra,

vidas,

sobre o calor, inunda-te

a plenitude, o vento

da fecundidade,

e então

imobiliza-se a tua cor de oiro,

e quando já estão prenhes

os teus pequenos ventres

a cicatriz escura

deixou sinal de fogo

em todo o teu doirado

sistema de hemisférios.

Agora,

intacto,

és

acção de homem,

milagre repetido,

vontade da vida.

Ó pão de cada boca

não

te imploraremos,

nós, os homens,

não somos

mendigos

de vagos deuses

ou de anjos obscuros:

do mar e da terra

faremos pão,

plantaremos de trigo

a terra e os planetas,

o pão de cada boca

de cada homem,

em cada dia

chegará porque fomos

semeá-lo

e fazê-lo,

não para um homem, mas

para todos,

o pão, o pão

para todos os povos

e com ele o que possui

forma e sabor de pão

repartiremos:

a terra,

a beleza,

o amor,

tudo isso

tem sabor de pão,

forma de pão,

germinação de farinha,

tudo

nasceu para ser compartilhado,

para ser entregue,

para se multiplicar.

Por isso, Pão,

se foges

da casa do homem,

se te escondem,

se te negam,

se o avarento

te prostitui,

se o rico

te armazena,

se o trigo

não procura sulco e terra,

pão,

não rezaremos

pão,

não mendigaremos,

lutaremos por ti com outros homens,

com todos os famintos,

por todos os rios, pelo ar

iremos procurar-te,

a terra toda repartiremos

para que tu germines,

e connosco

avançará a terra:

a água, o fogo, o homem

lutarão junto a nós.

Iremos coroados

de espigas,

conquistando

terra e pão para todos,

e então

também a vida

terá forma de pão,

será simples e profunda,

inumerável e pura.

Todos os seres

terão direito

à terra e à vida,

e assim será o pão de amanhã,

o pão de cada boca,

sagrado,

consagrado,

porque será o produto

da mais longa e dura

luta humana.

Não tem asas

a vitória terrestre:

tem pão sobre os seus ombros,

e voa corajosa

libertando a terra

como uma padeira

levada pelo vento.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

XXVI Feira da Castanha

Fica feito o convite para mais uma Feira da Castanha em Marvão

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

sábado, 12 de setembro de 2009

Entrada da Vila de Marvão

Postal dos anos 40 da Entrada da Vila de Marvão.
Foto de A. Assumpção

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Oficina de Confecção de Pão em Forno de Lenha

Jornal do Alentejano, 31 de Março de 2004

sábado, 27 de junho de 2009

Forno a Lenha em Hipermercado...


Já viram algum forno a lenha num hipermercado?
Pergunto, porque achei curioso o texto que acompanha a embalagem de papel de um hipermercado conhecido do nosso país...

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Memória de Pão Caseiro

...memória de pão caseiro, uma couraça áspera abrigando um miolo macio...
http://levecomoovento.blogspot.com/2008/11/marvo.html

terça-feira, 28 de abril de 2009

A Verdade do Pão


Jornal Fonte Nova, 9 de Novembro de 2005

quarta-feira, 1 de abril de 2009


Pequena História do Folar da Páscoa que encontrei no blog http://www.aceav.pt/blogs/alvarinho/default.aspx

Não se consegue precisar no tempo a origem da história do Folar da Páscoa. Sabe-se apenas que é muito antiga e segundo ela, uma jovem aldeã de seu nome Mariana, tinha como grande objectivo de vida, casar cedo.

Tanto rezou a Santa Catarina, que lhe surgiram dois pretendentes ao mesmo tempo: um lavrador pobre e um fidalgo rico. A única coisa que era comum aos dois era a sua beleza e juventude.

Indecisa quanto à escolha a tomar, a jovem pediu novamente ajuda a Santa Catarina.

Ambos os jovens pretendentes a pressionavam a escolher, tendo mesmo o jovem lavrador marcado o Dia de Ramos como data limite para a resposta.

Ainda segundo a lenda, no Dia de Ramos, os dois jovens pretendentes envolveram-se numa luta de morte e, Mariana acabou por se decidir pelo lavrador Amaro.

Contudo Mariana vivia preocupada e receosa porque constava que o fidalgo iria aparecer no dia de casamento para matar o seu Amaro.

Mais uma vez recorre a Santa Catarina, e ao que parece, a santa sorriu-lhe enquanto Mariana rezava.

Mais tranquila e agradecida, Mariana ofereceu flores à sua santa. Quando chegou a casa tinha em cima da mesa um bolo com ovos inteiros e as flores que tinha oferecido à santa, ao lado.

Aflita, Mariana dirigiu-se a casa de Amaro para lhe contar o sucedido, mas a este também tinha acontecido o mesmo.

Ambos pensaram que tinha sido obra do fidalgo e quando o procuraram para agradecer, constataram que a ele também tinham oferecido o mesmo.

É por isso que este bolo chamado folar se tornou numa tradição que é entendida como a celebração da reconciliação e da amizade.

Por isso no Domingo de Ramos os afilhados oferecem aos padrinhos um ramo de flores e recebem o folar no Dia de Páscoa.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Um amigo meu fez um comentário engraçado... Apesar de aparentemente não ter uma coisa a ver com a outra, achei interessante a sua inclusão no blogue.
Os discos em vinil estão para a música como a Padaria em Marvão está para o Pão

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Fotografia da autoria de Rui Ramos que fui encontrar no site Olhares. Aproveito para convidar quem tenha fotos da Padaria em Marvão, para me contactar através do e-mail, ruimrvnunes@hotmail.com